Quando crianças somos o que há de
mais belo no mundo, a alegria, disposição, amor, solidariedade, carinho e
pureza fluem numa harmonia perfeita, fazemos grandes amizades com apenas um
olhar, ao brigar fazemos as pazes de imediato, nos alegramos com qualquer
presente, mesmo sendo um simples carrinho de madeira ou uma pequena boneca de
pano, ficamos felizes ao presentear com uma simples folha de papel desenhado o sol,
nuvem e o céu, não precisamos de nada para ser felizes, simplesmente somos.
Por que vivermos numa sociedade
doente, cheia de sentimentos ruins, se todos já foram crianças? Infelizmente
conforme crescemos somos contaminados com rancor, preconceito, inveja, egoísmo,
competição e indiferença, sentimentos vendidos como se fossem bons,
acompanhados de frases pré-fabricadas : “tenho que ser ruim para não sofrer”;
“tenho que ser melhor que todos para vencer na vida”; “Por que ele tem e eu não
tenho?”, mas o “tiro sai pela culatra”, os únicos a sofrer é quem age desta
forma, porque é regra da vida, receber aquilo que oferecemos, como colher bons
frutos, se o que plantamos são sementes ruins?
As piores pessoas, são as mais
descontentes, reclamam de falsidade, mas são igualmente falsas, reclamam de
injustiças, mas são injustas, reclamam do governo, mas não ligam para política,
reclamam do frio, calor, vento, chuva e falta de chuva. No fundo projetam nos
outros aquilo que mais odeiam em si mesmas, mas não tem a honestidade de
reconhecer.
No fundo somos pessoas boas, perdidas
no curso da vida, vítimas em parte de um sistema feito para causar sofrimento e
com ele gerar lucro e em parte por nossa falta de atitude em reagir diante das
adversidades.
É preciso interagir com tudo de uma
forma diferente, sob a perspectiva do amor, respeito e fraternidade,
reconhecendo-nos como irmãos, igualmente valorosos. Com a vida renovada podemos
plantar novas sementes e colher os bons frutos, que irão alimentar nossa alma,
mente e coração. As crianças são os verdadeiros sábios, o contato com elas, restabelece a criança adormecida em nós, resgatando os mesmos sentimentos que
um dia nos fez tão felizes. Voltemos a ser crianças!
Ale Reis
